A nova normal

Por Leonardo Silva

Amigo(a)s investidore(a)s e empreendedore(a)s,

Tudo vai passar e voltar ao normal.

Eu me pergunto. E pergunto a todos. Qual normal?

Já ouve normal? O que é normal? Quem é normal? Alguém já foi normal? Existe o normal?

Antes de passar para o “De onde viemos e para onde vamos” vou aterrissar as ideias e falar um pouco sobre o tema central deste texto. Penso que hoje em dia todos estamos tentando fazer algum exercício de futurologia, obviamente sem nenhuma pretensão de adivinhar algo e sim provocar algumas reflexões. 

 

Mas será mesmo necessário? Eu penso que a crise atual está antecipando um futuro de certo modo conhecido por muitos a frente de negócios ou investindo em negócios inovadores. Mas a grande questão me parece ser:  - quando a maioria das pessoas em outras áreas profissionais ou estilos de vida irão se dar conta de que a crise do covid-19 poderá antecipar algumas tendências que vínhamos observando aos poucos ou ao menos torcendo para que elas se tornassem realidade?

Penso que talvez não existe a nova normal. Talvez nunca tenha havido. O que penso que irá existir uma ordem mundial revisitada. E isso deveria ser importante pois um mínimo de organização, de entendimento comum e alguma estabilidade é o traz de volta a confiança. Sim, penso que sem confiança de o futuro será melhor, de que haverá renda, haverá saúde não há condição essencial para consumir e investir. O que será “o que será que será” (licença poética) antecipado?

 - Consumo consciente. Iremos continuar consumindo produtos e serviços que destroem o planeta?

- Minimalismo. Precisamos mesmo de tudo o que consumimos? Melhor consumir menos e mais qualidade?

- Trabalho justo. Faremos negócio com organizações não éticas que não tem contrato de trabalho justo com seus colaboradores?

- Home Office. Iremos tolerar grandes deslocamentos para ir e voltar do trabalho? Existem formas de trabalhar de forma mais eficiente? Eu já estou nessa a muito tempo e as coisas fluem da mesma forma e com qualidade. Claro que há situações onde ao vivo e a cores é insuperável, mas garanto que não é a maior parte das ocasiões.

- Telemedicina. Será que uma boa consulta e diagnostico a distância nos vai expor a menores riscos?

- Espaços comunitários revisados: Coworking e Coliving. Alguma organização precisa destes custos em todas as suas funções? Esses negócios irão persistir com restrições ou deixarão de existir?

- Espaços de consumo revisados. As lojas? Os pontos de venda? As gondolas terão a mesma disposição e espaços? Esses espaços serão mais digitais?

- Registro único digital. Isso não resolve mais rápido questões de transferência de renda e identificação de riscos sanitários?

- Renda mínima universal. Será que todo cidadão terá acesso permanente a programas desta natureza?

- Senso de comunidade versus soluções globais. A crise traz um senso forte de união e de solidariedade. Mudar o mundo ou mudar o seu bairro? Penso que soluções globais precisaram de mais adaptações locais.

- O papel moeda finalmente irá acabar? Pois pode ser meio de contato de transmissão de doenças

- Perda de privacidade em função de segurança sanitária. Temos direito a sermos os únicos donos dos nossos dados?

- Turismo digital ou mais customizado. Quem vai viajar e para onde? Quando? Certificados de saúde internacional atrelados aos passaportes? Blockchain para segurança destes dados?

- Experiências culturais imersivas online. Será que realmente a experiência ao vivo seguirá sendo a mais valorizado em tempos de pandemia?

- Educação a distância. Isso já existe há muito tempo. Será mesmo que não existem vantagens em ter um professor distante caso ele seja o melhor em sua área? O conteúdo não é melhor do que a forma?

Existe alguma novidade nesta lista? Penso que não. A primeira questão é quando a sociedade irá entender isso e se render as tecnologias. A outra questão é quem se adaptará mais rápido e quem saberá aproveitar a antecipação destas tendências. Empreendedores terão a chance de provar o seu valor e poder de adaptação – o que chamamos de pivotar o modelo de negócio. Investidores atentos poderão proteger seus patrimônios investindo em negócios com potencial de alto crescimento dentro uma ordem mundial revisitada.

E você?

Estamos atentos ao cenário atual, vivendo cada dia e olhando para o futuro com otimismo e a certeza de que tudo sempre passa. E sendo sempre assim, o negócio é continuar apoiando empreendedores e buscando oportunidades inteligentes de investimento em projetos alinhados com o momento e com potencial para aproveitar o futuro que já chegou.

 

Não acho legal vender, investir ou inovar por causa do covid-19. Mas não vejo nenhum problema em vender, investir ou inovar durante a crise do covid-19. Pelo contrário, é hora de pensar em soluções e trabalhar para sairmos mais fortes e melhores da crise.

 

O mundo pode continuar errado por muito tempo, ainda que nós, estejamos corretos e bem certos em nossas premissas e argumentos. Ou seria justamente o contrário?

 

Convido a todos para participar e comentar. Desejo saúde e paciência para seguirmos firmes a atravessar mais uma crise.

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